quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Niemeyer: um século e 600 obras pelo mundo.

          Ao longo de mais de um século de existência, Oscar Niemeyer deixou seu traço único em mais de 600 obras espalhadas pelo mundo. Seu trabalho foi reconhecido por todos, das pessoas comuns aos artistas, intelectuais e governos. Niemeyer levou a arquitetura brasileira a ser reconhecida nos quatro cantos do planeta. Deixou um legado que serve de exemplo para futuras gerações. Foi testemunha ocular da história do Brasil. Em 104 anos, viu revoluções, ditaduras, guerras, mortes, nascimentos, políticos serem eleitos e outros irem para o ralo da história. Inventou a curva e as linhas sinuosas, que marcaram para sempre suas obras.
          Filho do dono de uma tipografia, Niemeyer nasceu em 1907, no Rio da Bélle Epoque, que durou até 1922. No Rio predominava na arquitetura o estilo eclético. Ele se formou em arquitetura em 1934, portanto, quatro anos depois da Revolução de 30. No ano seguinte começa a trabalhar no Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o precursor do Iphan, autarquia federal responsável pela proteção dos bens arquitetônicos no país.O primeiro projeto individual de Niemeyer, construído entre 1937 e 1939, é a Obra do Berço, aquele prédio de estilo modernista, que fica na Lagoa, Zona Sul do Rio. Em 1945, no pós-guerra, ele ingressa no Partido Comunista Brasileiro (PCB), uma opção que vai marcar toda sua trajetória profissional. No início dos anos 80, foi o arquiteto do brizolismo, resultado de sua amizade com o vice-governador Darcy Ribeiro, que vinha desde o final da década de 50. Deixou sua grife nos Cieps e no Sambódromo do Rio, onde foi assistir ao desfile no carnaval deste ano, após assinar a reforma.
          Em São Paulo, Niemeyer deixou seu traço no conjunto do Ibirapuera e no edifício Copan, no Centro da capital paulista. Dizem que sua pior obra foi Brasília porque acabou servindo ao regime militar, por manter o povo sempre afastado dos dirigentes, por meio daquelas avenidas enormes de Lúcio Costa e seus prédios monumentais.
          A vitalidade de Niemeyer era tamanha que ele se casou pela segunda vez em 2006, aos..98 anos, com a então secretária e assistente, Vera Lúcia Cabreira, de 60 anos. Ele superou em um ano o grande brasileiro Barbosa Lima Sobrinho, jornalista e presidente da Associação Brasileira de Imprensa, que morreu aos 103 anos, em 2000.
          Com todo humanismo, Niemeyer publicamente só perdeu a esportiva numa cena de "Conterrâneos Velhos de Guerra", de Vladimir Caravalho, documentário que fala sobre a morte de operários, na construção de Brasília. A cena é constrangedora. Niemeyer pede para desligar a câmera e apagar a luz. Mas não se sabe de que alguma vez tenta tentado censurar o filme.

Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/posts/2012/12/05/niemeyer-um-seculo-600-obras-pelo-mundo-477839.asp
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